Patrocinem o Esquiva Falcão!

Em 776 a.C., antes mesmo do nascimento de Cristo, nasce na Grécia Antiga a maior celebração esportiva da humanidade. A cidade era Olímpia — a mesma em que Hércules, filho de Zeus, realizou seus 12 trabalhos —, e uma das modalidades era o pugilato: modalidade que se assemelha ao boxe moderno, porém, lutado de uma forma muito mais brusca e sangrenta.

Pulamos para 2012. O palco passa a ser Londres e, nos ringues, um brasileiro mostra a sua força para o mundo. Um “pata do sul” nascido em Vitória, Espírito Santo, fez história ao ser o primeiro brasileiro medalhista de prata na história dos Jogos Olímpicos.

Seu nome é Esquiva Falcão Florentino — não se engane, isso não é um apelido de ringue. O pugilista carrega o boxe no próprio nome e, assim como o herói dos cinemas Rocky Balboa, também era adepto de um treinamento bem peculiar. Enquanto o personagem de Sylvester Stallone socava carnes em um frigorifico, Esquiva Falcão golpeava uma bananeira em seu quintal de casa.

Seu começo humilde, no entanto, não o impediu de conquistar a grandeza. Além da prata em Londres, o lutador brasileiro conquistou um Bronze em Medellín, nos Jogos Sul-Americanos de 2010 e detêm um cartel invicto: 28 lutas, 28 vitórias e 20 nocautes. Nada mal, não é mesmo?

Entretanto, diferentemente do cinema, a vida real não é tão amigável. Com um calendário sem lutas devido a pandemia da Covid-19, Esquiva Falcão, em suas redes sociais, divulgou uma foto em que aparece vendendo mini-pizzas por delivery.

Naturalmente, a imagem foi um verdadeiro choque. É, evidentemente, difícil normalizar e aceitar que um medalhista olímpico passe por esse tipo de adversidade. Mais do que isso, o caso do Esquiva Falcão expôs a verdadeira situação que inúmeros atletas profissionais vivem no Brasil.

Sem o mesmo prestígio que os jogadores de ponta do futebol brasileiro recebem, nomes como Esquiva Falcão, Arthur Zanetti e outros atletas de ponta sofrem com problemas de infraestrutura, investimento e patrocínio. Todavia, houve uma mobilização no Twitter e as palavras “PATROCINEM O ESQUIVA” foram aos “Trending Topics” do site.

Dessa forma, deixo aqui o meu apelo não só ao Esquiva, mas para todos os atletas brasileiros das mais diversas modalidades. O esporte — e não apenas o futebol — merece mais investimento e visibilidade das grandes marcas e do grande público. Esta é a maneira mais eficaz de apoiar os nossos heróis, não gregos, mas brasileiros — e extremamente talentosos e guerreiros.

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