A All Elite Wrestling, fundada em 2019, é uma empresa de Pro-Wrestling inspirada no circuito independente e que busca mostrar o esporte de uma forma mais livre, possibilitando que seus lutadores realizem as lutas que desejam com total liberdade de criação, dentro e fora da empresa.
Após a contratação de estrelas como Kenny Omega (atual campeão) e Chris Jericho, a AEW se consolidou já em seu primeiro pay-per-view “All-In” com lutas de diversas empresas independentes e estrelas do esporte ao redor do mundo, mas foi com a chegada de CM Punk, Adam Cole e Bryan Danielson (o Daniel Bryan da WWE) que os olhos foram voltados para eles.
Fundada por Cody Rhodes, filho do lendário Dusty Rhodes Hall da Fama da WWE, e por Sahid e Tony Khan, donos do Jacksonville Jaguars e do Fulham, a AEW fez com que a TNT retornasse com o Pro-Wrestling em sua grade desde a extinção da antiga WCW, comprada pela WWE em 2001. Além disso, ídolos como Sting retornaram a TNT após anos, mostrando a importância da emissora para o esporte em que foi responsável por ajudar na popularização pelos Estados Unidos afora.
Com jovens estrelas como Jungle Boy e Sammy Guevara (atual campeão da TNT após vencer o consolidado Miro, o Rusev da WWE) e grandes lendas do esporte, a All Elite Wrestling demonstra que quer desenvolver novos talentos com a presença de grandes nomes da história do Wrestling, além dos programas serem narrados por Jim Ross, uma lenda da luta livre mundial.
O sucesso da nova rival da WWE
Com um público mais focado em lutas mais agressivas e mais “reais”, a liberdade que os atletas possuem em demonstrar seu total potencial no microfone e ter grandes “spots” em lutas diferenciadas fez com que a audiência aumente a cada programa e, os números crescem cada vez mais.
A AEW foi a principal razão para que o NXT (programa da WWE focado em desenvolver jovens wrestlers) tenha mudado das quartas para as terças, além de toda uma reconstrução no produto, já que o Dynamite, principal programa semanal, vence frequentemente o produto de Vince McMahon nos índices de audiência.
Há brasileiros que são All Elite, nomes como Cezar Bononi (ex-BWF “Rei do Ringue”), Adrian Jaoude e Tay Conti, a principal estrela da luta livre brasileira e que tem um grande futuro pela frente, estão ativamente no elenco, e também podem se apresentar em empresas independentes para obter mais experiência para atingirem seus objetivos no esporte. Todos eles eram da WWE e foram liberados durante este período de pandemia, o que fez a AEW aproveitar talentos que não foram bem utilizados pela empresa rival.

A história está sendo escrita, já que a All Elite Wrestling é a primeira empresa, sem ser da WWE, desde os tempos de WCW a ter vendido mais de 20 mil lugares. O evento em questão promoveu uma das melhores lutas de toda a história do Pro-Wrestling entre Kenny Omega e Bryan Danielson.
Além disso, o programa de sexta-feira, Rampage, protagonizou um dos retornos mais esperados da história: CM Punk, que esteve fora dos ringues por 7 anos após ter seu contrato rompido no dia de seu casamento pela WWE, voltou ao mundo da luta livre.
Basicamente há muitos lutadores que estão fazendo a transição de uma empresa para a outra, visando uma liberdade de criação e de poder atuar em empresas independentes, além da conciliação entre a vida de Kayfabe (seu personagem no mundo do Wrestling) com a vida real de uma forma mais tranquila. Nomes como Jon Moxley (ex-Dean Ambrose), Pac (ex-Neville) e Malakai Black (ex-Aleister Black) são alguns dos diversos atletas que fizeram a transição e hoje apresentam grandes personagens com mais desenvolvimento.
A AEW ainda sofreu uma enorme perda após a morte de Brodie Lee (ex-Luke Harper). Porém, a empresa até hoje o homenageia e dá um enorme espaço para seu filho que já apresentou momentos engraçados e importantes na programação da empresa com o nome de Brodie Lee Jr., além de liderar a “stable” (termo do Wrestling para um grupo) Dark Order.
Como assistir a AEW?
Para quem se interessa em acompanhar, a AEW passa no Brasil pelo canal Space aos sábados, apesar do restante da América Latina conseguir assistir os programas ao vivo, algo triste para os fãs brasileiros que precisam se contentar com “links” até o programa de sábado.
Futuramente, no entanto, poderemos ter o programa sendo transmitido semanalmente ao vivo, basta torcer. Todavia, também existe o AEW Dark que passa às segundas no YouTube de forma gratuita e apresenta jovens talentos, além de ser o principal show em que Bononi e Jaoude se apresentam.

Os pay-per-views da AEW são realmente muito bons, sendo “All-Out” um dos melhores dos últimos 15 anos. Para ter acesso aos eventos, a plataforma FITE lhe dá todo o acesso para assistir ao vivo ou o replay do programa. O preço para os brasileiros é um pouco “salgado” devido a alta do dólar e também pela WWE oferecer PPVs por um preço um pouco mais acessível, mas tudo pode mudar graças a crescente popularização do produto e o aumento do interesse em Pro-Wrestling, algo que não se via desde a época da rivalidade entre WWE e WCW.
A expectativa é alta, e eles estão prontos para demonstrar que merecem estar onde estão. Que o mundo saiba da existência da All Elite Wrestling e que ela ajude com que o esporte seja mais popular e tratado da forma que merece ser tratado desde sempre, não como “Sports Entertainment” mas sim como “Professional Wrestling”.