Robert Lawrence Layne foi um grande jogador de Futebol Americano nos anos 50, bem antes de surgir o primeiro “SuperBowl”, em 1967. Lenda pela Universidade de Texas, detém até hoje recordes pela NCAA, tanto pelo futebol quanto pelo beisebol.
A carreira de Bobby Layne na NFL
Em 1948, foi draftado na terceira escolha geral no Draft da NFL pelo, Pittsburgh Steelers e também na segunda escolha da AAFL, pelo Baltimore Colts. Bobby não quis jogar em Pittsburgh e foi vendido para o Chicago Bears. Em Chicago, era a terceira opção de quarterback e não teve um bom ano de estreia.
Foram 11 partidas em Chicago, sendo titular em apenas uma. Dos 52 passes que tentou, apenas 16 foram completos e ganhou apenas 232 jardas por esses arremessos. Com isso, Layne tentou forçar uma ida para os Packers, mas George Halas, técnico do Bears, o trocou para o New York Bulldogs.
Pelos Bulldogs foram 11 derrotas e apenas uma vitória, mas Bobby evoluiu significativamente. Segundo o próprio Bobby, a temporada equivaleu a 5 temporadas em outros clubes da NFL. Além disso, teve 51.8% dos passes completos por New York e isso o fez ser trocado para o Detroit Lions.

No Lions, Bobby marcou sua carreira para sempre na NFL. Em Detroit, venceu 2 torneios da NFL em 52 e 53 e quase venceu o terceiro consecutivo se não fosse o Cleveland Browns, que massacrou Detroit por 56 a 10 no jogo final de 54. Layne explicou a derrota dizendo: “Dormi demais ontem…”
Entre 1951 e 1954, esse é um pequeno resumo de quem foi Bobby Layne: 2x Campeão da NFL, 3x Pro-Bowl, 1x 1st-Team All-Pro, 48 jogos e 42 como titular, 48.4% de passes completos, 75 passes para TD e 8308 jardas via passes.
Em 1955 e 1956, os Lions não estavam bem, ficando fora dos Playoffs em 55 e fora das finais em 56, por 1 ponto. Doak Walker, kicker e um dos principais atletas dos Lions, precisou se aposentar cedo. Dessa maneira, Layne decidiu ficar com a vaga e acabou tendo a melhor porcentagem de toda a liga em 56.
No ano seguinte, Bobby teve sua primeira temporada com uma competição na sua posição de quarterback. Ele e Tobin Rote dividiram a titularidade até que, na penúltima partida da temporada, Layne quebrou sua perna em 3 partes e teve que ser substituído por Rote, que conseguiu liderar o time para mais um título.

Curiosidade, antes da temporada de 57 começar, Bobby foi preso por dirigir bêbado, três anos após ter sido o primeiro jogador de Futebol Americano a ser capa da TIME Magazine.
Depois de duas lesões (concussão em 56 e fratura em 57) e a idade “avançada” (31 anos), os Lions decidiram trocar Bobby para os Steelers em 58, após meras duas rodadas. Em troca, a equipe de Detroit recebeu Earl Morrall e duas picks de Primeiro Round.
É aí que teria nascido a tal maldição. Existe um enorme boato que diz o seguinte:
Layne, retirando suas roupas do vestiário, e extremamente irritado pela troca, supostamente teria dito: “Os Lions não vencerão um campeonato por mais 50 anos”. A partir deste momento a história fica ainda mais interessante.
Entre 1955 e 1957, essa é a análise de Bobby “Pré-Maldição”: 1x Campeão da NFL, 1x Pro-Bowl, 1x 1st-Team All-Pro, 35 partidas e 29 como titular, 51.8% de passes completos, 26 passes para TD e 4908 jardas via passes.
Bobby continuou sua carreira até se aposentar pelo Steelers, time que se recusou a jogar no início de sua carreira. Foram 5 temporadas, com duas idas ao Pro-Bowl, apesar de nunca mais ter jogado uma partida de Playoffs.
Selecionado para o Pro-Football Hall of Fame em 67, Bobby viveu até os 59 anos, falecendo em 1986. Bobby Layne disse que seu maior arrependimento foi não ter dado um título para o Steelers. Mas e os Lions? Pois é, a “maldição” entrou em ação.
A “Maldição” toma conta dos Lions
Os Lions não voltaram nenhuma final de campeonato desde então. Além disso, os quarterbacks que jogaram nos Lions durante 50 anos foram “amaldiçoados” e eram o principal problema da franquia.
Com o passar das décadas, os Lions foram acumulando derrotas e mais derrotas até serem um dos times de pior porcentagem de vitórias, desde a fusão para a NFL, que temos nos dias atuais. Apesar de ter certas aparições em Playoffs, as derrotas eram constantes.
Contudo, em 1989, uma esperança surgiu. Os Lions draftaram Barry Sanders, um dos melhores running backs da NFL e, para muitos, o melhor jogador dos Lions da era SuperBowl. Sanders correu mais de 2.000 jardas numa temporada, sendo campeão desta “stat” em quatro oportunidades.

Barry é símbolo da única vitória de Playoffs desde 1957, isso em 1991, na vitória contra o Dallas Cowboys. Ele se aposentou em 1998, sendo um dos melhores jogadores de Detroit.
Depois de passarem os anos de 2001, 2002 e 2003 sem vitórias fora de casa, os Lions também sofreram muito com seus quarterbacks e diversas derrotas. Em 2007, os Lions draftaram o WR Calvin Johnson, um dos melhores wide receivers de todos os tempos, mas nada disso importou no quinquagésimo ano da “Maldição”.
Em 2008, os Lions conseguiram a “proeza” de terminar a temporada com 0 vitórias e impressionantes 16 derrotas. Um golpe final para sacramentar a “maldição”. Detroit passou de três títulos na década de 50 para 1 vitória em Playoffs em mais de 50 anos.
No entanto, a maldição dos quarterbacks mudou de panorama quando, em 2009, Matthew Stafford fora draftado com a primeira escolha do Draft. Stafford é o quarto QB da história a arremessar mais de 5 mil jardas em uma temporada.
Também é o jogador que atingiu mais rápido as 40 mil jardas, isso em 147 jogos. Para completar, Stafford é detentor do recorde de mais vitórias de virada em uma temporada. Contudo, em 2021, o QB foi trocado para o Los Angeles Rams, e tende a fazer uma nova reconstrução em busca de um novo nome para a posição para os próximos anos.
Definitivamente, caso o Detroit Lions finalmente consiga encontrar um bom nome para substituir Stafford, e também possa montar um bom time ao redor, essa história poderá se tornar filme caso haja uma volta por cima em Detroit.