Relembre a aparição do eterno “Galo de Ouro” no célebre mangá japonês da Shounen Jump.
No último domingo (2), o mundo do esporte recebeu uma triste notícia. Aos 86 anos, o lendário pugilista brasileiro Éder Jofre faleceu em decorrência de uma pneumonia.
Eternizado como o maior boxeador da história do Brasil, Jofre foi tricampeão mundial por diversas entidades (WBC, NBA e WBA) em duas categorias diferentes: peso-pena e peso-galo.
Com um cartel impecável de 81 lutas, 75 vitórias, 52 nocautes e apenas duas derrotas, Jofre foi o único brasileiro introduzido ao Hall da Fama do boxe, além de eleito pela The Ring como o “melhor pugilista da década de 60”.
Ainda pela revista The Ring, o “Galo de Ouro” foi eleito, em 2002, como o nono “melhor pugilista dos últimos 50 anos”. Em outras palavras, Éder Jofre é uma verdadeira lenda do esporte.
E além das conquistas e honrarias, o brasileiro também está imortalizado na cultura pop japonesa. Afinal, Jofre é representado na obra Hajime no Ippo, da Shounen Jump.
O eterno Uppercut de Éder Jofre ganha vida no mangá
Apesar do excelente currículo, a aparição de Jofre em Hajime no Ippo se deu por uma de suas únicas derrotas. A referência ocorre no capítulo 5 da obra, chamado de “Uppercut”.
Durante um treinamento o protagonista Ippo faz um uppercut, o que rapidamente desperta uma memória em seu treinador Kamogawa, que relembra o icônico golpe do brasileiro.

Kamogawa esteve presente na primeira luta entre Éder Jofre e Fighting Harada, em 1965, no Japão. Na época, Jofre tinha um cartel invicto, com 50 lutas profissionais, 47 vitórias e 3 empates.
Além disso, o maior galo da história vinha de uma sequência avassaladora de 17 nocautes consecutivos. Por outro lado, o japonês detinha o cinturão dos pesos-moscas e 38 vitórias e 3 derrotas.
O favoritismo naturalmente era de Jofre, que foi provado na luta. Contudo, o combate em Nogoya foi polêmico, com a derrota de Éder em uma decisão dividida – muito contestada na época.
Embora o resultado não tenha sido o esperado, o brasileiro protagonizou uma cena marcante ao soltar um uppercut impressionante, que passou raspando – para o alívio do japonês.
O impacto e sonoridade do golpe impressionou o público japonês presente no ginásio, incluindo o treinador de Ippo na ficção. Confira abaixo a reação da transmissão e do público com o golpe.
Revanche no Japão e as consequências para a carreira de Jofre
Após o controverso resultado da primeira luta, um novo combate foi organizado já no ano seguinte, em 1966. Dessa vez, o palco seria Tóquio e, novamente, Jofre saiu do Japão com uma derrota na bagagem.
No entanto, a segunda luta entre Éder e Harada ficou marcada pelo anti-jogo do pugilista japonês, com cotoveladas e até cabeçadas. Todavia, por lutar em casa, Harada não sofreu qualquer tipo de punição ou perda de pontos.
A decisão dos juízes frustrou Jofre que, logo após retornar ao Brasil, anunciou sua primeira aposentadoria – com apenas 30 anos de idade. Anos depois, Éder voltaria aos ringues vencendo o cinturão dos penas em 1973, contra José Legra.
Já Fighting Harada defendeu com sucesso os cinturões, mas foi derrotado com facilidade na terceira luta, pelo australiano Lionel Rose.
Assim como o rival brasileiro, Harada subiu para uma nova categoria, mas provou “do próprio veneno”, sendo superado por Johnny Famechon, em outra decisão questionável na casa do adversário.
O legado de Éder Jofre e Hajime no Ippo para o boxe

Tanto Jofre, quanto o mangá Hajime no Ippo, influenciaram milhares de jovens a praticar a nobre arte pelo mundo. O mangá, por exemplo, foi lançado em 1989 e segue em publicação até os dias de hoje.
Enquanto Jofre tem sua própria cinebiografia com o longa “10 Segundos para Vencer”, estrelado por Daniel de Oliveira e Osmar Prado, que interpreta Kid Jofre – pai e treinador do tricampeão.
Portanto, o legado da carreira de Éder Jofre, e as edições de Hajime no Ippo são eternas para a cultura do esporte – e curiosamente estão ligadas por meio de um uppercut.
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Parabéns pelo ótima matéria, foi muito bacana lincar essa nossa lenda do Boxe com um ótimo anime!
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Muito obrigado pelo comentário, Felipe. Foi apenas uma singela homenagem, e ficamos muito felizes que tenha gostado!
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Essa cena em que o Éder aparece também tem no anime?
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